Estratégias dos agressores



Não é fácil definir o perfil de um abusador de menores, porque não existem Características físicas que possam denunciar o autor de tais actos. Um abusador tanto Pode ser alto como baixo, tanto pode ser jovem ou idoso. Cada vez mais é procurado Um perfil deste tipo de agressor, mas em vão. Os agressores não têm qualquer Característica social típica, nem um comportamento público identificado. Um abusador tem grandes problemas de socialização e carece de valores sociais. O abuso sexual também não se limita aos pedófilos, porque apenas 5% o são. A idade dos agressores também apresenta uma grande diversidade, mas segundo estudos, na maioria dos casos, um agressor tem a sua primeira vítima antes mesmo de ter completado 18 anos.

As estratégias dos agressores são pelo contrário, basicamente as mesmas. Eles utilizam a pressão, o engano, a mentira, a força física e a surpresa para puderem realizar o abuso, assim como conseguirem o silêncio das suas vítimas. Algumas destas atitudes denunciam a intenção abusiva mas outras são subtis e têm por objectivo confundirem a vítima sobre a intenção do agressor. A reacção da vítima tem sido um argumento utilizado pelos agressores para justificar que, de alguma maneira a vítima teve culpa na situação abusiva. A forma como a vítima reage depende de vários factores como a idade e da sua relação com o abusador. Havendo ou não resistência por parte da vítima, haverá sempre uma parcela de rejeição da situação, o que coloca sempre a culpa nas mãos do adulto e define a situação como sexualmente abusiva.





Está documentado que apenas uma minoria das vítimas de abusos sexuais apresenta consequências físicas. Por isso os agressores actuam de forma psicológica.

Esta constatação foi verificada por Madeira e Santos,  já que dos 460 casos de abusos sexuais analisados no instituto de medicina legal de Lisboa, 380 (63,1%) não apresentavam sinais físicos. Ou seja, a noção de dano físico como indicador de agressões sexuais na criança é errada.

A importância do abuso sexual em menores é relevante sob dois aspectos.

Primeiro ao sofrimento indescritível que imputa às vítimas muitas vezes silenciosas. Em segundo, porque, comprovadamente, os abusos sexuais a menores, incluindo aí negligência precoce e a violência doméstica, podem impedir um bom desenvolvimento físico e mental da vítima.